Oi pessoal!
Sim! Eu estou de volta!
Depois de quase dois anos de abandono total do blog, eu resolvi voltar.
E para recomeçar, decidi compartilhar com vocês o que aconteceu comigo. Esse post não será um post sobre o meu hobby preferido, gastronomia, mas sim sobre um pouquinho do que esta Andarilha passou nesses quase dois anos, vou aproveitar esse espaço para desabafar um pouco com vocês, tudo bem?
No começo o que me fez deixar o blog de lado foi aquela sacanagem que aconteceu comigo, ainda em setembro de 2011, em que ficava aparecendo um alerta de malware para quem tentasse acessar o meu blog, fiz um
post pra avisar a todos, mas acho que quase ninguém leu devido a esse alerta de malware. Tentei muita coisa para fazer isso sumir, mas não sumia de jeito nenhum, até que deixei de lado...
No início de 2012 ainda tentei retornar, mas o "mardito" aviso ainda estava lá! Procurei até uns orçamentos para fazer um blog com hospedagem paga e colocar A Andarilha em outro nível, mas o meu dindin não daria para manter, triste ilusão... Como mandar fazer um site é caro hoje em dia!!
Enfim, deixei o blog de lado, até porque a rotina no trabalho estava muito mais apertada. Não sei se já cheguei a comentar com vocês, mas sou nutricionista e trabalho preferencialmente em área de produção, leia-se Cozinha industrial, que acaba sendo uma das áreas mais "pesadas" da Nutrição, no que se refere a desgaste físico (em pé quase o tempo todo, altas temperaturas no ambiente de trabalho, barulho grande de cozinha etc).
No início do ano inaugurei um restaurante, não de minha propriedade, contribui na execução do projeto como nutricionista. Coube a mim, planejar, coordenar e supervisionar todo o trabalho diário, fiquei tão sobrecarregada que nem sair para passear estava fazendo, me aprofundei tanto no trabalho que nas minhas horas de folga, meu lazer preferido se tornou dormir. Isso mesmo! DORMIR!
Em meados de maio meu mundo começou a desabar, um dia estava trabalhando e comecei a ter umas dores no peito que irradiavam para o braço direito, seguido de tontura e de repente: pluf!
Perdi por um segundo meus sentidos, não vi nada, quando me dei conta a auxiliar de cozinha que estava do meu lado estava me segurando e pedindo ajuda desesperada.
Com esse primeiro episódio, começou a minha peregrinação de médico em médico. Outros sintomas foram aparecendo: roxuras em todo o corpo, como se eu tivesse sido espancada, dores de cabeça constantes, mas o que mais atrapalhava era a dor no braço, tanta dor, mas tanta dor! Teve uma vez que cheguei na UDI quase gritando e pedindo pelo Amor de Deus para o médico me dar morfina, pois nessa fase só isso melhorava.
É pessoal, não foi fácil, cada médico pelo qual eu passava, me dizia que era uma coisa e depois de mais exames para confirmar o diagnóstico, eles ficavam me olhando com cara de tacho e sem jeito me diziam que não era o que pensavam e me passavam para outro especialista.
Doença do coração? not; Hernia de disco? not; Lupus? not; Artirte reumatóide? not; Fribomialgia? not, not, not (esses foram só alguns de vários diagnósticos que cogitaram)
Passei o ano de 2012, todo nisso, mas infelizmente isso não foi o pior que me aconteceu, no mês de junho o que de pior que poderia acontecer na minha vida aconteceu. Perdi o meu pai.
Ele teve um infarto fulminante, mal chegou ao hospital e faleceu.
Perdi o chão, não estava trabalhando na semana que aconteceu devido a uma das várias licenças que tirei devido a minha saúde que estava ficando debilitada.
Falar ou até mesmo escrever sobre a partida dele, que foi de uma forma tão repentina ainda dói muito e saudade é muito grande...
Passei por outros baques não tão significativos como esse, mas que também doeram muito.
Tive sérios problemas de relacionamentos afetivos, tanto amoroso (principalmente) quanto de amizades.
Dizem que na hora da alegria você pode ter muitas pessoas ao seu lado (minha festa de aniversário que foi em abril, antes disso tudo acontecer, tinha muita gente), mas só na dor e desespero que você reconhece seus verdadeiros amigos. E isso, meu povo, é a mais pura verdade, quando você passa por tristezas como as quais eu passei, vem aquelas pessoas que te dizem:
-Pode contar comigo para o que quiser, ou então: - Qualquer coisa estou aqui pra ajudar.
Mas são poucas as que realmente estão dizendo a verdade, ou realmente se importam, e pode ter até aquelas que se importam com você, mas não tem saco de "perder" tempo te dando assistência ou possuem outras prioridades, e nesse ano que passou e o início do ano de 2013 que eu pude realmente saber quem me ama de verdade.
E isso foi muito duro, constatar que pessoas que você gosta muitíssimo, não podem ser classificados de amigos (as) de verdade, que não vão te socorrer quando você pede ajuda, ou melhor, que você nem precisa pedir ajudar para estar ao seu lado.
Mas também foi importante, reconhecer aqueles com quem realmente posso contar, que nem sempre estava comigo em farras na época de "alta estação", mas que quando aconteceu isso tudo, me mandavam todo santo dia uma mensagem de bom dia/boa tarde/ boa noite, ou então me arrastava pro shopping para ver vitrine, falar besteira e tomar um ovomaltine, só para eu não ficar sozinha em casa pensando no que aconteceu (Amiga Leilane Abreu, esse ultimo é especialmente para você, muito obrigada, por me aguentar quando ninguém queria deixar seus afazeres pra ouvir minhas lamúrias. E como você ouviu pacientemente!)
No final do ano (outubro) fui demitida, passei todo o segundo semestre entrando em conflito no trabalho, minhas prioridades na empresa não eram a do chefe e a dele não eram as minhas, jornada de trabalho e salário eram algo que estavam me desmotivando bastante (entrava as 6:30 e teoricamente deveria sair as 14:30, mas sempre saia depois das 16:00), além da falta de reconhecimento do meu trabalho. Meu rendimento caiu muitíssimo e já queria sair, juro que não estou sendo demagoga e inventando estória, mas se não fosse demitida iria me demitir, apenas estava me organizando antes de pedir, mas aconteceu antes...
Tendo relação ou não, as minha dores de dezembro para cá foram diminuindo e hoje só é um pequeno incômodo que aparece uma vez ou outra no mês, nada do que era antes, do qual eu tinha que correr para o hospital e aplicar mofina. Nenhum médico até hoje conseguiu diagnóstica-la, na minha última consulta de rotina, há uns 15 dias atrás, meu médico disse que poderia ser psicossomático diante de tudo que passei. Acho difícil...
Uma coisa que posso afirmar para vocês é: Nunca duvide do poder da oração!
Não tenho religião declarada, não pratico nenhuma em especial, quando quero e sinto necessidade, vou ao culto ou a missa, sem preferencia declarada. E a partir do momento que decidi para mim mesma que não ia ficar correndo desesperada para o médico toda vez que sentisse dor e que iria fazer correntes de oração sozinha mesmo, eu fui melhorando. Sou uma mulher que acredita na ciência, mas também acredito que temos ela porque Deus quer que tenhamos e se recorrermos a Ele, seremos curados.
Enfim, pessoal, "só" isso que aconteceu comigo no ultimo ano, ainda estou a procura de emprego (alguém sabe onde estão precisando de nutricionista? rsrsrs Abafa o momento cara de pau)
E estou me reerguendo aos poucos diante dessas várias rasteiras que a vida me deu, acredito que retomar o blog, algo que sempre eu amei fazer, vai me dar alegria e ânimo que eu preciso.
Conto com vocês!
Não deixem de acompanhar minhas andanças pela ilha.
Beijos e até a próxima.
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